domingo, 10 de julho de 2016

O Jovem e a Mocidade - Reflexões de um Jovem espírita



No início do mês de fevereiro, eu recebi a notícia de que havia conseguido uma vaga de emprego em uma grande construtora do meu Estado. No meu caso, graças a Deus, eu consegui um emprego com carteira assinada. Só que havia um pequeno problema: eu não havia tirado, ainda, a minha carteira de trabalho, e, se eu não a tirasse, poderia perder a minha vaga. Foi então que eu, juntamente com meu pai, fui até o Município de Cariacica, cidade vizinha à minha, Vila Velha, para retirar a minha carteira, no “Faça Fácil”, que é um lugar onde se resolve qualquer problema relacionado à expedição ou renovação de documentos.
Conversando com a coordenadora do “Faça Fácil”, me foi dito que, dali a algum tempo, seriam atendidos jovens infratores do IASES, instituição estadual que cuida dos jovens em conflito com a lei. Nesse exato instante pensei comigo: “tudo bem, são pessoas, jovens, que têm o direito de tirar novos documentos”. Mas, alguma coisa dentro de mim estava diferente, e eu só viria a descobrir o que era depois.
No momento em que os primeiros jovens entraram no local, eu já comecei a ficar meio incomodado, não só por haver “criminosos” perto de mim, mas, também, por eles serem “jovens criminosos”. Diante dessa visão, indaguei a mim mesmo o porquê de serem eles a estar ali presos e não eu. Será que foram as oportunidades que eu tive e eles não tiveram?
Uma das primeiras coisas que vieram à minha cabeça foram as reuniões da mocidade. Se eles tivessem frequentado o estudo da mocidade, será que eles estariam ali, presos? Não sei, pois existe a questão do livre-arbítrio. Sempre ouvimos falar sobre o “livre-arbítrio”, que ele é muito importante, que não podemos utilizá-lo erradamente.
Mas afinal, o que significa e para que serve o livre-arbítrio? Nós encontramos lições a respeito dele lá no Livro dos Espíritos. Os Espíritos Superiores da Codificação Espírita nos ensinam que o livre-arbítrio é a liberdade de escolha que todo homem possui. Se o homem tem a capacidade de pensar, de arquitetar suas ideias, igualmente tem a capacidade de executá-las. Com a capacidade de escolha, e o poder de executá-las, nós podemos dar passos largos rumo à evolução.
Mas a única pessoa que pode escolher o que vai ser feito da sua vida é você mesmo. Aí é que está o “X” da questão, o que a sua consciência vai alertar e qual caminho você irá seguir. As pessoas podem até aconselhar, mostrar os caminhos, mas, no final, quem vai decidir o que vai ser feito é você. E as consequências de seus atos, somente você irá colher.
E qual o papel da mocidade diante disso tudo? Jesus Cristo nos transmitiu muitos ensinamentos por meio de parábolas, que são histórias contadas para ilustrar um tema cotidiano.
Uma parábola muito interessante contada por ele, e que tem tudo a ver com o tema proposto, “o jovem e a mocidade”, é a parábola do semeador. Jesus conta que um semeador saiu a semear. Tendo deixado cair um pouco de semente no caminho, vieram algumas aves e comeram-na. Outras caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e, por consequência, faltavam nutrientes, o que impossibilitou o desenvolvimento das sementes. Algumas delas caíram em meio aos espinhos, e, quando se
desenvolveram, foram sufocadas pelos mesmos. Por último, algumas sementes caíram em terra boa e vieram a dar bons frutos. Esse é o papel da mocidade na vida do jovem!
Mostrar o caminho correto, plantar a semente do Evangelho no coração e na mente de cada jovem. Como um semeador, a mocidade poderá encontrar terrenos de difíceis condições de plantio, mas não deixará, sequer um momento, de plantar, independente das condições do solo. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que toda pessoa que entra em contato com os ensinos das leis de Deus e da moral evangélica do Cristo, tem plantada em si a semente do bem. Cabe a cada um fazer brotar essa semente.
Nós determinamos o tipo de solo que é a nossa vida, se somos um terreno pedregoso, que não dá condições de crescimento à semente, ou se somos um terreno fértil, onde a semente possui as condições necessárias para se tornar uma imensa árvore frutífera, que poderá espalhar seus frutos por qualquer lugar. E isso pode ser decisivo nos dias de hoje!
Nós vivemos em uma sociedade onde a maioria dos jovens vive em situações de  promiscuidade, “ficando” com pessoas que nem conhecem direito, onde muitos jovens já se entregaram ao vício do álcool e de outras drogas. Muitos jovens hoje em dia sequer têm uma religião!
Só que todo esse descuido pode causar uma consequência de proporções inimagináveis: o atraso na evolução moral do próprio ser e do planeta. Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia de Divaldo Franco, nos alerta ao fato de que o mundo está passando por momentos de intensas transformações, e quem não se adaptar ao novo “estilo de vida”, a uma vida correta, seguindo boas condutas, pode acabar indo para outro planeta, para outra morada, compatível com o estágio evolutivo de cada um, por inadaptação à nova forma de viver na Terra. E eu acho que isso ninguém quer, não é?
O jovem está com o poder de mudança em suas mãos. O jovem pode mudar a realidade do mundo tal como o vemos, cheio de guerras, fome e dor. E sabe por quê? Porque quando queremos alguma coisa, lutamos até o fim para conseguir. E ficaria muito mais fácil se houvesse a união do jovem com a sua religião, uma união saudável, que possa trazer boas influências, novas ideias de como melhorar o mundo. Pois, afinal, como diz a música tema do EMEES (Encontro de Mocidades Espíritas do Espírito Santo)  do ano de 2017: Eu vim pra mudar meu mundo! Mahatma Gandhi nos diz que “nós temos que ser o espelho da mudança. Se eu quero mudar o mundo, eu tenho que começar por mim”. Devemos, então, instigar os jovens e a nós mesmos a sermos a atitude da mudança que queremos no mundo.
Um forte abraço a todos, que fiquemos em paz.

(Texto escrito por Eduardo Sousa para a Revista Espírita “Fé em Cristo”, publicada pela Casa Espírita Cristã, de Vila Velha, em Maio/junho – 2016)

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